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   sábado, setembro 29, 2007
* 21/09/2002
+ 29/09/2007



   quarta-feira, setembro 12, 2007
Acho que eu já joguei essa música aqui no blog.

Mas se já publiquei, publicarei novamente porque tem tudo a ver com essa fase:


Abobrinhas não - Itamar Assumpção e Alice Ruiz

Cansei de ouvir abobrinhas
Vou consultar escarolas
Prefiro escutar salsinhas
Pedir socorro às papoulas
E às carambolas

Pedir um help ao repolho
Indagar umas espigas
Aprender com pés de alho sobre bugalhos
Ouvir dicas das urtigas
E dessas tulipas

Vou pedir um toque pro miosótis
Um palpite pro alpiste
Umas luz pra flor de lótus
Pedir alento ao cipreste
E pra dama da noite

Um bom conselho à serralha
Sugestão pro almeirão
Idéias para azaléias
Opinião para o limão, pimentão
Abobrinhas não



   quinta-feira, agosto 30, 2007
Cheiro de maconha na madrugada nevoenta de São Paulo. A névoa se misturava à fumaça pesada quando o cigarrão aceso me foi passado pela mão pregueada do velho ao meu lado.

E ele contava as estórias do local, louco antigo do Ceasa. Ri e tossi com a estória da jararacuçu no meio dos caixotes de bananas.

Já no caminhão, me sentia aéreo como se tudo estivesse embaçado. E estava. Embaçado, e frio, e eu queria voltar a dormir. Mas a ordem é levantar a lona, arrumar os vegetais, empilhar os caixotes... Até que se torna divertido quando sob efeito do beck.

"Arruma direito esses caixotes ô seu bagual!" - Gritava o Marcelão vendo o retardado brincando de tetris com as caixas.

Durante a manhã apareceram umas três velhas que pareciam mais loucas que eu. E mais gente aparecia, comprava, falava... Tem horas que parece até que sou psicólogo do povo, e é engraçado como as pessoas são solitárias e desandam a falar quando encontram um ouvido compreensivo.

Foi assim que a manhã passou rapidamente e no começo da tarde estava eu de volta às cobertas na velha kitchenete.

Essa vida é um luxo!






Ouvindo: Girls, money, drink and drugs - The Breakfastaz



   quinta-feira, agosto 16, 2007
Que eu me cansaria da vida de feirante era algo já previsto. Sim, estou cansado, tenho trabalhado muito, mas muitas vezes me sinto recompensado: é o sorriso das tias-véias, o rebolado da morena, as idéias com os velhotes, as risadas com os camaradas...

Difícil é acordar de madruga e ir buscar os hortifruti. E nesses dias de friaca forte em Sampa, sair para o batente foi punk rock hardcore! Foda também é o cheiro de couve que fica no nariz.

O mais legal é conhecer grande parte da cidade e sobretudo as pessoas. Já até encontrei gente conhecida na feira também: dia desses foi a Dani na barraca. Ainda revi - e saboreei - minha venda à noite, no jantar na casa dela. Delicioso, aliás.

Na feira da Herculano de Freitas às quintas, montamos a barraca em frente a um cyber. De vez em quando dou uma fugida pra ver emails, orkut e similares. Vou aproveitar e publicar um pouco mais nese abandonado sítio. E estórias da feira-livre é o que não falta...




Ouvindo: Não é mole não - Funk'n'lata



   sexta-feira, julho 06, 2007
E finalmente deu-se o tão esperado acontecimento: não mais trabalho onde trabalhava. E me sinto muito bem sem a coleira organizacional que costumam chamar de gravata.

O dinheiro que sobrou não dá pra me sustentar por muito tempo, então rapidamente tive que encontrar algo para ganhar dinheiro. E assim fui parar na feira. Sim, sim! A feira livre (música para meus ouvidos) que cada dia da semana está em um bairro diferente.

Comecei logo no domingo, bem para condizer com minha mania pré-adolescente de ser do contra. E já que a tradição católica diz para guardar domingo e dias santos, é no domingo que eu quero trabalhar!

Cansei PRA CARALHO de carregar aquele monte de caixotes cheio de vegetais comestíveis, fazer uma muretinha deles atrás da tenda e armar a barraca (epa! opa!). Até que o Marcelão - dono da barraca e que me empregou através de um amigo em comum - botou uma fé em mim. Pra um magrelo com cara de bobo que nem eu, até que trabalhei muito bem, sem reclamar de cansaço ou farpa de caixote fincada no indicador.

Nas vendas já não me mostrei tão bom, pois minha verborragia (principalmente quando bêbado) é só para mostrar a quase indisfarçável forte timidez. Mas aos poucos, ou melhor, rapidamente, pretendo ter a cara de pau do meu camarada de trampo Marinho (um galalau de quase dois metros), que emposta a voz oferecendo os verdes e mexendo com as empregadinhas e outras gostosas que passam pela barraca.

Uma e meia da tarde. Terminando de desmontar tudo e presenciando o final da xepa pensei em liberdade na feira livre. Não trabalho menos tempo do que trabalhava antes, mas me sinto muito bem. Por mais fugaz que possa ser é muito boa essa sensação.


Ouvindo: Atomic food - David Guetta



   terça-feira, junho 12, 2007
A menina do meu trampo (cocota que freqüenta a Lucky Scroto) quer porque quer ir pra São Thomé. E olha que todo mundo diz pra ela que ela não vai curtir. Não é falta de aviso.

Se ela quer... Então vou fazer brevemente (eu não, que eu sou preguiçoso demais) uma excursão pra lá.

...com o povo do trampo!

Vai ser no mínimo interessante.

Agora preciso encontrar o cartão do maluco que faz as excursões pra eu perguntar quanto sai por pessoa e passar o valor pro povo. Já tem bem uns quinze interessados.

Vou procurar um AcÊ, hohoho!



   segunda-feira, junho 11, 2007
Horrível é o sentimento após um fim de semana em que passa-se dois dias ininterruptos de pura doideira: Aquela segunda-feira de depressões e mau-humores acaba com o ser humano.

Mas é possível falar pra si mesmo: "vai tomar no cu, filho da puta", e tomar um banho gelado, botar uma roupa decente que não te faça sentir-se um judas e sair para comer algo muito bom. Acompanhado de uma garrafa de Original.

Depois de um fim de semana desses é fácil ficar purgando os mais de dois mil anos de culpa judaico-cristã, sentindo-se o último dos vermes.

Mas é ótimo ser uma metamorfose ambulante que não tem sempre a mesma atitude em relação aos próprios excessos.

É possível uma atitude diferente, é possível pular do fundo ao topo. É simples como querer.



   sábado, junho 09, 2007
doido doido doido
eu não quero que ninguém me veja agora
mas é inevitável
daqui a pouco alguém me vê
eu não vou dormir agora
eu não sei o que eu vou fazer agora



   quinta-feira, maio 24, 2007
Puta merda! Esse template tá todo zoado!

Será que foi quando essa porra de blogger migrou pro google?

Cadê os foguinho do template? Porque o primeiro post fica em cima da apresentação?!

Fuck!



Rá! Agora no trenzão da linha C onde me aperto todo dia para ir e voltar da senzala está tocando música clássica. Na segunda à noite, voltando do trampo, me senti no filme laranja-mecânica: Deu até vontade de quebrar a cabeça de alguém.

Se continuarem assim jogando pérolas aos porcos eu vou tentar conhecer um pouco melhor esse tipo de som.

Nos meus parcos conhecimentos de música clássica, na terça de manhã tocava algo da época clássica, uma coisa assim meio Mozart. Depois estava tocando um clássico barroco (penso eu). Aí eu imaginei o caboclo com o nariz no suvaco fedorento do pião e de fundo tocando a "Primavera" de Vivaldi. Phynnesse!



Retomo a escrita neste pobre e semi-abandonado sítio. Espero agora sem nóias de parecer um Henri-Frédéric Amiel mais tosco, fazendo um diarinho gigantão. Afinal, essa porra é minha e aqui escrevo o que quiser.



   quinta-feira, maio 10, 2007


A Lucy nada
corrente
A Lucy nada
far niente
Alucinada
demente



   quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Cerimonial U-lixo apresenta:

Festa dos barraqueiros

Comemorando o aniversário de Rosa, Audrin e Ed

Depois do sucesso da festa de 2003 no bar do Lopes, os três intrépidos maloqueiros do boteco e da barraca farão a festa na praia com a ajuda de Ulisses Recarey: Será na barraca da firrrrma, que fica no canal 4 em frente à Pinacoteca Benedito Calixto.

Teremos churrasco, cervejas a preço de barraca e a discotecagem fica por conta dos FreneticDancingDJs + convidados.

É diversão garantida ou mandamos você se phoder, porque só não se diverte nessas festas quem é chato bragarái!

Quando: 24 de Fevereiro, das 14 até vai saber que horas
Onde: Barraca de praia do grêmio amarelinho - Na praia de Santos próximo ao canal 4, em frente à Pinacoteca Benedito Calixto
Quanto: o que você beber

Não use filtro solar, use coca-cola com limão!

A imagem está aqui: www.fotolog.net/edgardenall



   segunda-feira, janeiro 22, 2007
Eu tava bêbado.



   domingo, janeiro 21, 2007
Acabei de ver pela segunda vez Laranja Mecânica. E dessa vez curti muito mais, este filme me abriu os olhos.



Me trouxe iluminação, ó queridos maltchikes!

Mas o que eu obtive disso não é o mesmo que vocês obterão. Pode ser melhor, pode ser pior, mas nunca vai ser igual. Viva!



   quinta-feira, janeiro 18, 2007



Dizem os antigos que quando um cometa passa próximo à Terra, um período de catástrofes naturais e desgraças recai sobre o planeta. Mas desgraças acontecem a todo momento, com ou sem cometa. Eu até queria ver esse tal de McNaught, mas na cidade de São Paulo e com o tempinho nublado de hoje não vai ser possível. Foda-se.

Então fica aqui o top três dos hits do momento:

1 - Pegar carona nessa cauda de cometa - Balão Mágico, McNasty e eu fazendo o post
2 - Chegou a tempestade devastando o lugar, e quem viu desesperou-se e comecou a chorar - Maskavo Kyrill
3 - Se o chão abriu sob os seus pés e a segurança sumiu da faixa - Camisa de Vênus e dona Abigail

Tem mais algum hit do momento? Comentaê!



   segunda-feira, janeiro 08, 2007
No ano passado eu não escrevi muito no blog porque também estava correndo mundo: Comecei o ano no meio do sertão nordestino. Curti umas noites mutcholocas e desci o Rio São Francisco. Depois fui ao Rio Grande do Sul, e de lá voei direto aos Estados Unidos, onde fiz várias road trips. Já quase no meio do ano fui à Salvador, olhei um guia de turismo e passei na ilha de Itaparica. Depois fui a Lima no Peru, e depois para descansar um pouco passei uns dias em Itaguaí, no interior do Rio. Me acharam verdadeiramente maluco lá. Mas depois eu que me achei maluco de verdade, perambulando pelo Rio de Janeiro, totalmente sem noção. Para desanuviar fui até a Alemanha, mas ainda duvidava da minha sanidade. Voltei cá pra América do Sul e fui dar um rolé nos Andes. Depois, já no Caribe, passei um puta perrengue à deriva. O negócio mesmo é voltar pra Santos, mas lá também estava tudo um caos só. Nem tentando encontrar paz num mosteiro beneditino na Itália eu tive sucesso! Mas é a vida, né não? O negócio é encher a lata em uma noite regada a vinho em qualquer buraco, e foi o que fiz antes de ir descansar numa simpática cidade praiana na Itália. Então fui à Inglaterra, onde passei um tempinho antes de ir para a Tailândia. Que lugar! Que piração! Apesar das belezas naturais foi um dos tempos mais pesados do ano passado. As últimas viagens do ano foram para Ucrânia (doideira), França (ótima) e Espanha, onde encontro-me empacado. Agora pretendo ir ao Afeganistão ou ao Inferno, que dependendo do ponto de vista pode dar no mesmo. Maiores detalhes das viagens logo abaixo.




















Lidos em 2006

Os Sertões - Euclides da Cunha
Noites Tropicais - Nelson Motta
O Velho Chico ou a vida é amável - Dirce de Assis Cavalcanti
O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo
On the road - Jack Kerouac
O canto da sereia - Nelson Motta
A volta ao mundo de Casseta e Planeta - Casseta e Planeta
O sorriso do lagarto - João Ubaldo Ribeiro
Tia Júlia e o escrevinhador - Mario Vargas Llosa
O Alienista - Machado de Assis
Estorvo - Chico Buarque
O lobo da estepe - Hermann Hesse
Lituma nos Andes - Mario Vargas Llosa
Relato de um náufrago - Gabriel Garcia Márquez
Santos - J.R.Duran
O nome da rosa - Umberto Eco
Noite na taverna - Álvaro de Campos
Mário e o Mágico - Thomas Mann
O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
A praia - Alex Garland
Taras Bulba - Nicolai Gógol
Naná - Émile Zola
Dom Quixote - Miguel de Cervantes



   sábado, janeiro 06, 2007
Que eu sou hipocondríaco, tô cansado de saber. Mas é foda sentir dores no peito e a respiração superficial, cada vez mais. De repente tudo fica meio esquisito: meio sonho. Como se já não bastasse isso, as mãos começam a formigar. A formigar e a travar. Agora é o lábio superior que está formigando e travando. Fodeu!

É uma puta bad trip, e já aconteceu mais de uma vez. Na penúltima vez eu fui parar no pronto-socorro achando que estava infartando. Mas não - o eletrocardiograma acusou normalidade. O médico disse que era bom que eu procurasse um cardiologista só pra me certificar que estava tudo ok com o coração véio. Durante os exames ele perguntou se eu sou ansioso (muito, disse eu), se eu ficava mais assim em lugares abertos ou fechados, perguntou como havia sido o dia de trabalho, etc, etc. É claro que ele desconfiava de um simples piripaque. E disse para além de procurar o cardiologista, procurar depois um psiquiatra, que poderia receitar um ansiolítico ou algo do tipo. Explicou que o que eu senti não era loucura ou frescura, mas muito provavelmente era um ataque de síndrome do pânico. Na hora que eu estava fazendo os exames eu já havia desconfiado disso. Eu desconfio de tudo mesmo.

E o médico me receitou lexotan. Pronto! Tudo o que eu não curto de uma vez só: Psiquiatra, lexotan... No psycho eu até posso ir, mas depender de remédios eu não estou afim não. Não quero, drogas só pra uso recreativo.

E não utilizei a porra do lexotan. Quer dizer, tomei metadinha ao acordar no outro dia e depois ignorei o remédio, mas deixava uma caixinha na mochila pra o caso de eu ficar ansioso demais no trampo, como é de costume.

E ontem eu estava assim. Depois de um pé na jaca mas já sem efeitos da cachaça, estava agitado que nem um siri na lata. Fiquei a manhã inteira desse jeito. Na hora do almoço fui dar uma cochilada no carro de um amigo e voltei ao trabalho. Nem o cochilo adiantou e eu fui ficando cada vez pior. E o pior é que justamente esse era o único dia que eu tinha esquecido a porra do lexotan em casa. Merda!

Umas quatro da tarde eu já estava no auge do tremelique, respiração curta e suor frio. O peito doía, como sempre. Agora eram as mãos que já começavam a formigar. Fodeu de novo! É ataque de piripaque!

Desci e fui me sentar nos banquinhos do condomínio, debaixo das árvores. Pra respirar fundo. Me convencer de que era tudo do côco e ficar mais calmo. Liguei pro meu amigo em cujo carro eu havia ido dormir. Eu tinha dado uma pílula pra ele na semana anterior, ele é um dos mais doidões do trabalho. Mas ele havia deixado em casa. E me perguntou que porra era que eu estava sentindo. "Deve ser bem louco", disse ele. É, amigão, é louco pra caralho, mas é uma puta bad trip!

Um pouco melhor, subi, respondi uns emails, ajudei meu partner em umas tretas, falei ao telefone com um amigo que também é cliente e tentei voltar ao normal. Mas qual! Quatro e meia eu pedi à minha coordenadora pra ir embora porque eu estava passando mal. Na falta de uma desculpa melhor falei a verdade: É ataque de síndrome do pânico, eu sei que não é nada mas eu não consigo controlar. Ela disse pra eu ir e eu falei que desceria só pra melhorar um pouco e depois subiria pra pegar minhas coisas e dar no pé.

Não fiquei prestes a morrer, mas só melhorei efetivamente ao chegar em casa e dropar uma daquelas pílulas mágicas.

Besteira, mas dá um pouco de vergonha de ficar nesse estado.

Parando pra pensar, vejo que já tive disso outras vezes. Quando descia de carro com o Babbah eu fiquei travadinho. Quando voltei do fim de semana no guarujá e acabei de comer aquele baião de dois, eu fiquei travadinho. Quando voltava de maresias, na estrada eu fiquei travadinho. Quando eu subia na van da ponte orca eu fiquei travadinho. E demorei pra destravar, viste? Depois de destravar dá um suadouro da porra. Mas no episódio da van eu destravei só o suficiente pra sair da van ao chegar no metrô e não entrei no metrô antes de destravar total.

Eu sou um dos piores tipos de gente ansiosa. Daqueles que não deixa transparecer. Então o terremoto é interno: É forte e desequilibra toda a química cerebral. Como eu ainda ajudo muito a desequilibrar meus níveis de serotonina e noradrenalina com substâncias ilícitas, isso faz secar a fonte ao ponto de disparar o gatilho que inicia esses sintomas.

Meus ataques normalmente acontecem antes, ou depois do trabalho (ontem foi durante) e depois de noitadas fortes. Aí dá pra fazer uma equação simples: noitada (enxurrada de endorfinas) + ansiedade (sempre presente, mas maior durante o trabalho) = PIRIPAQUE.

Não vou parar nem de ser ansioso nem de enfiar o pé na jaca. Mas não custa nada tentar mudar um pouco a postura e fazer cálculos simples para manter minhas glândulas endócrinas produzindo bem e mantendo disponíveis as substâncias necessárias, porque a falta de uma nanogota pode zoar tudo.

Ed Gardenal, uma vez mais expondo sua intimidade ao mundo. (Depois reclama, né filho da puta?!)



Acabo de receber no celular uma mensagem de uma grande amiga que vivia me falando pra parar com doideiras: Ed, acabei de tomar uma anfeta, fumei um banza e tomei cinco benflogins. Lembrei de você. Beijos!

Não curti muito a mensagem...



   quinta-feira, dezembro 28, 2006
29, 30 e 31. Acho que vai dar tempo de publicar as últimas três estórias idiotas (aliás, as mais) desse ano.



   sábado, dezembro 23, 2006
Ouvindo

Panic - The Smiths

Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again ?
The Leeds side-streets that you slip down
I wonder to myself
Hopes may rise on the Grasmere
But Honey Pie, you're not safe here
So you run down
To the safety of the town
But there's Panic on the streets of Carlisle
Dublin, Dundee, Humberside
I wonder to myself

Burn down the disco
Hang the blessed DJ
Because the music that they constantly play
it says nothing to me about my life
Hang the blessed DJ
Because the music they constantly play

On the Leeds side-streets that you slip down
Provincial towns you jog 'round
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ



   quinta-feira, dezembro 14, 2006
Festa à vista!

Frenesi especial comemorando o aniversário do Cassy Daddy.

Vai ser no Decor Lounge (claro) e a senha de entrada é "Feliz aniversário".

Tocarei belas canções para danças de salão. Quero ver todo mundo rebolando a jaca!




Último fim de semana foi de flambar o cérebro! Há muito tempo o litoral deixou de ser meu oásis de sobriedade. Para não me alongar muito nos relatos de doideiras, conto que desci do fretadão antes de casa e comecei a beber no Simpatia do Embaré com a galera do trampo. A segunda caipirinha foi feita com 51 apesar de estarmos pedindo de Velho Barreiro (muito melhor). Depois que chegou mais um amigo podre de bêbado, fui ajudá-lo pois eu sou muito altruísta e fui no escadão do morro do Jabaquara pegar um remédio pra ele acordar. Após essa corrida, eu e uma renca de seis ou sete pessoas fomos ao Decor conversar sobre nossa próxima festa no local. Quando todos iam pra casa eu resolvo ficar sozinho lá, no Anhembi, trevas bar. Mas fiquei pouco e voltei caminhando pra casa, para chegando lá, lembrar que a minha chave ficou na mochila dentro do carro. Assim sendo pulei o muro do prédio e toquei o interfone às quatro da manhã - imagino eu - para que meu pai abrisse a porta pra mim.

No outro dia curei minha ressaca para ir à festa de fim de ano da firma na Capital, que não é Sampa nem Brasília: trata-se de uma casa de baladas ao lado do Extra da Ana Costa. Vi gente que eu não via há mileanos e bebi muita cerveja e gin. Uns quatro camaradas estavam pastilhadaços mas eu não. Eu só comprei mas não utilizei nada, tenho um nome a zerar. Mas saindo de lá comprei mais aditivos, utilizei-os e cheguei em casa quando mamã fazia o almoço dominical. Eu sou mesmo um orgulho!

Acordei às oito da noite, os meninos que trampam comigo em SP estavam subindo e lá fui eu aproveitar a carona. Nem comi nada. Mas no carro matamos uma garrafa de catuaba. Não gosto de catuaba, mas de álcool eu gosto. Sendo assim cheguei legal na minha casa e achei um desperdício ir dormir. Fui para a rua Augusta, bar Ibotirama, beber e conversar até o bar fechar. Até o Charm da Augusta também fechar. Até o dia clarear. Até irmos - eu, mudinho e gatinha - à casa do amigo doidão. Até sairmos de lá, até rolar uma discussão a la Raoul Duke e Mr. Gonzo, até eu me encontrar descendo a Rebouças a pé para o trabalho e procurando uma farmácia onde comprar um colírio que disfarçasse meus olhos vermelhos. Até concordo que às vezes eu exagero.



   terça-feira, dezembro 05, 2006
Resolvi não ir pra casa direto logo após o trabalho e me vi sendo levado pela multidão na rua Xavier de Toledo. A correnteza me levava direto ao shopping Light, provavelmente pra me fazer comprar algum presente de natal. Na calçada, apinhada de gente e camelôs, a tiazona pisava os astros distraída. Quando notou, olhou para trás com um sorriso amarelo de desculpas ao vendedor de DVDs que expõe suas mercadorias no chão.

Após a mal sucedida procura, voltava eu pela mesma calçada. Mais pela rua, para fugir da multidão e dos produtos expostos que me atrapalhavam os pensamentos. Mesmo assim algo me chamou a atenção na lanchonete: não sei se o pastel de feira ou o verdadeiro bolinho de bacalhau que as faixas informavam. E lá parei para comer o tal do pastel de feira (o verdadeiro bolinho de bacalhau me pareceu oleoso demais) e um suco de limão delicioso. Como qualquer boa lanchonete de baiano tinha também aquela simpatia dos donos e funcionários. Me chamou a atenção o X-Terremoto, que valia pouco menos de cinco reais com direito a um suco. Apesar de saber que as conseqüências do X-Terremoto devem ser catastróficas, fiquei curioso, e intrépido que sou qualquer dia paro lá para conferir.

E assim voltei pra casa de mãos vazias e estômago cheio, e cheio de vontade de dar mais voltas dessas ao léu, esquecidas no meio da inércia de um dia-a-dia sem-graça.



   sábado, dezembro 02, 2006
Garimpando na Neto Discos tive boa surpresa como de costume: encontrei um CD do Itamar Assumpção com Naná Vasconcelos. Já piro na genialidade do Negão paulistano há certo tempo, especialmente após ouvir "Pretobrás - Porque que eu não pensei nisso antes?".



Pretobrás foi o último trabalho lançado pelo Nego Dito em vida. Já este em parceria com Naná Vasconcelos - "Isso vai dar repercussão" - foi lançado em 2004, um ano depois da morte de Itamar. É deliciosamente perturbador ouvir as composições de Itamar Assumpção aliadas ao batuque de primeiríssima e outros sons do Pernambucano Naná.



Pra quem nunca ouviu, a primeira audição pode causar estranhamento. Como quase tudo o que é bom demais e não enjoa. Depois da segunda ou terceira audição, as músicas colam na cabeça em um digerir cerebral que bem alimenta a mente.

O CD que era pra ser duplo, acabou saindo com apenas sete músicas e deixa com vontade de ouvir mais. Mas... Acabou - como podemos ouvir quando a última música está acabando.

A propósito, ainda tem um monte desse disco ali na Augusta em frente ao Espaço Unibanco. Se a curiosidade te mordeu, saiba que vale a pena gastar doze dinheiros e comprar o CD para ouvir lendo letras, ficha técnica, frases soltas e texto da filha do Nego Dito.




   quinta-feira, novembro 23, 2006
A lua está nova. Minha cara continua um pouco inchada e não há vírus nem bactérias nas minhas parótidas segundo os exames.

Agora eu sei: Na verdade eu estou passando por uma metamorfose e vou me transformar num baratão.

Nada de Kafka. A coisa aqui é mais trash, afinal, eu sou o Edgar.







gimme sugar!



   quarta-feira, novembro 22, 2006
Desditas de um dodói

Que porra de doença é esta?

O bunda-mole hipocondríaco já se manifesta e imagina várias opções incluindo as piores imagináveis: "Acho que morrerei dentro em breve..."

Já o desencanado diz que deve ser uma gripezinha de merda e declara assunto encerrado: "Deixe de frescura!"

Eu acho que nenhum dos dois sabe de nada e resolvo procurar um profissa, já que noto que tenho febre, e forte - respiração quente, moleza, frio, calafrios e dor muscular.

Até poderia retirar a dor muscular da lista dos sintomas, uma vez que estávamos eu e a Ma em São Thomé das Letras e lá caminhamos como camelos no primeiro dia.

No segundo dia é que eu comecei a sentir a febre e um choque de alimento muito azedo no fundo da mandíbula. Nem por isso deixei de me jogar no pocinho e nas três cachoeiras que fomos com um grupo que conhecemos na Gruta do Carimbado. Era nosso segundo e último dia de viagem, oras! Eu só me entregaria e deixaria de curtir (incluindo as cachaças na cachoeira) se eu não pudesse me manter de pé.

Já na segunda-feira, após a viagem de volta durante a madrugada, estava eu trabalhando junto às minhas paranóias e mais meia dúzia de gatos-pingados azareados para trabalhar no feriado do dia da consciência negra. Aqui fica o fundo musical, cante comigo: Vida de preto é difíci, é difíci, é difíci...

Enquanto a febre ora me queimava, ora me congelava eu mantinha meu corpo presente e aguardava pacientemente a hora de ir até o hospital perto da minha casa. E conjecturava sobre o meu mal: como minhas parótidas doem e estão inchadas muito provavelmente é caxumba. Nesse caso preciso tomar cuidado. Será que ficarei estéril? Será que ficarei rendido que nem o tio sacudo da bicicletaria?

Mas também pode ser um câncer, resultado de toda química consumida e que aí se inicia para logo após se espalhar pelo corpo inteiro numa metástase fulminante. E essa sensação de azedume nos cantos da boca? Será que por acaso naquela amora selvagem azedíssima que colhi e comi e São Thomé não pousou antes uma mosca do berne, cujas larvas agora se desenvolvem dentro de minhas parótidas? Que nojo!

Mesmo sabendo que foi o pensamento mais babaca resolvi pesquisar na internet para ter certeza de que esse bicho não pousa e deixa ovos em plantas.

À tardinha, no hospital, o enigma não foi totalmente solucionado: a médica disse que muito provavelmente tratava-se de uma inflamação das minhas amígdalas naturalmente gigantes, que causou uma íngua. Ainda assim não descartou a possibilidade de ser caxumba e pediu que eu retornasse caso meu focinho não inchasse mais.

Depois de receber umas químicas intravenosas voltei pra casa afim de dormir muito. Antes passei na farmácia para comprar o Celebra e a Novalgina receitados e me espantei com o preço do tal de Celebra: Trinta e seis reais por um antiinflamatório?! Absurdo! Depois lembrei que há pílulas as quais eu pago quase esse preço a unidade. Assim baixei a bola e ainda refleti sobre o quão avaro eu sou.

Ao chegar em casa encontrei mochila, bolsa e roupas da viagem espalhados. E assim deixei por dois dias. A bagunça não dói nada, o que dói é perceber que cem reais foram perdidos. E até sei onde foram perdidos: nos dois últimos bancos do ônibus, na viagem de volta, dormi deitado e me revirando like a rolling stone. Entre essas horas que o dinheiro caiu do meu bolso. Eu deveria ter guardado o dito-cujo na carteira, mas na hora que o retirei da bolsa de viagem que ia no bagageiro eu estava viajando de cerveja, cachaça, banza e febre. Agora tenho certeza de que foi culpa da febre, maldita febre!



   sexta-feira, novembro 17, 2006
Meu vizinho jogou uma semente no seu quintal

Eu quero uma casa no campo
onde eu possa plantar mescalitos
maconha e lírios
e nada mais



   domingo, novembro 12, 2006
Ouvindo:

(Já há algum tempo e não sei porquê. Acho que foi desde que o Ratzinger apareceu com a proposta de rezar umas missas em Latim. Hoje puxei o som)

Bezerra da Silva - Canudo de Ouro

Embecado numa rica batina na porta da igreja o vigário
ficava, rezando bem alto a missa em latim pra não dar
na pinta o que ele transava
todos que ali passavam se admiravam da sua oração
mas a reza do padre só fazia milagre
para quem entendia aquela transação (2x)

Dentro da igreja o padre era um santo
das 6 da matina até o meio dia
mas debaixo da sua batina
cheia de flagrante que só Deus sabia

o crucifixo que o padre usava era um
tremendo canudo de ouro
só quem sabia do significado desembolsava logo o dinheiro do bolo
pro azar do padreco pintou um dedo de seta
computador do capeta manjava o latim
ligou as antenas e pegou a mensagem
que foi traduzida e dizia assim:

Quem quiser cafungar ou dá dois
vai na sacristia com o sacristão
mas leve em dólar que a coisa é da boa
porque com o cruzeiro não tem transação

Rapidinho o radar na maior covardia o padreco vendeu
os federais grampearam o vigário vendendo o bagulho na
casa de Deus

mas seu advogado que o direito penal muito entende
fez uma petição clamando ao juiz
- doutor perdoa que ele não sabe o que vende



   sábado, novembro 11, 2006
A vida é fácil como uma rima

Quebrando os dez mandamentos
comentendo sete pecados capitais
já que já somos (l)azarentos
isso não pode ser nada de mais



   sexta-feira, novembro 03, 2006
Saí do trabalho quase às dez da noite. Fazia um tempão que eu não ficava trabalhando depois do horário. Mas não estava com raiva não. Depois da reunião da manhã ficou estabelecido que nosso grupo trocaria de partners e eu finalmente não trabalharei com aquele bosta que consegue tretar com todos os partners. Sendo assim acho que o problema de relacionamento não era meu. Na verdade era um pouco sim: Cada um tem uma reação, e a minha é ficar desmotivado. Já não morro de amores pelo trabalho, então qualquer coisa é motivo para eu me encostar. Queria que o mundo acabasse em barranco...

Enquanto passava pra frente a antiga carteira de clientes e começava a resolver problemas da nova, recebi umas três ligações do meu amigo Husky, com quem eu havia combinado de beber umas cervejas às sete da noite ali no Itaim.

- Fala, homem de merda! Já cheguei aqui no bar.

E na segunda ou terceira:

- E aí, seu viado! Tu vem ou não vem?

Quando cheguei ao bar, chamado Vaca Velha, percebi que teria que ligar pois estava lotado o local. Cheio de cocotas e playbas, e eu com aquela roupa de trabalho. Nem envergando meu melhor terno eu estava! Ao ser questionado sobre a localização exata, meu amigo disse que estava bebendo em frente à tábua de passar roupa na calçada.

Tu do lado da bunda ou do chifre da vaca? - perguntei eu. Pois é, na calçada em frente à porta há uma das vacas do cow parade e no resto da calçada em frente ao bar tem umas quatro tábuas de passar roupa pro pessoal apoiar as cervejas e copos e ficar ali bebendo de pé.

Na verdade o Husky nem estava lá, o filho da puta tinha ido comprar cigarro. Mas estava lá o Zé Luiz, que trabalhou com a gente na agência de navegação. Nem sabia que eles estavam trabalhando juntos. E em uma empresa que é cliente da empresa onde eu trabalho. Coincidentemente da carteira de clientes que eu vou dividir com uma menina do trampo. Ao saber disso, o Husky falou que quer que eu seja o responsável pelos business com eles. Falei que ia me arrepender uma vez que ia tratar com um negociante nato e pechincheiro pra caralho, mas ia pedir pra cuidar da conta deles sim. Ele adiantou que eu não vou pedir nada, que ele é quem vai ligar e dizer que quer que eu seja o customer service deles. Melhor, talvez ajude um pouco na recuperação do meu filme - tostadíssimo por conta de faltas, atrasos e vagabundagens em geral. Nossa, parece que eu tô falando da escola!

Ficamos os três rindo e lembrando dos tempos de departamento de exportação e importação. Das figuraças e dos fatos hilários. Da viagem que fiz com o Husky pra São Thomé e das festas e bebedeiras. E assim fomos bebendo e bebendo até que chegou a menina que ia se encontrar com ele. Eu olhei os peitinhos dela quando ela passou pela gente e não viu. Ele ligou e disse que como ela demorou ele estava com outra gatinha. Ela deu risada ao ver ele bebendo com dois marmanjos.

Bem legal a menina. Ficou logo à vontade trocando idéia conosco. Até que depois da terceira saideira o garçon disse que não daria mais para servir pois o bar estava fechando. Ainda tentamos beber a saideira no bar da outra esquina, que também estava fechando. Ah, a gente pega umas latinhas no posto do caminho - decidimos. Eu e o Zé iámos pra casa e o casal ia comer e trepar, como o Husky já bêbado divulgava. Eles haviam se conhecido há poucos dias, estavam cheios de amorzinho, mas a menina pouco ligava para as indiscrições do rapaz.

Ela prometeu uma carona para o Zé pois não tinha mais ônibus. E eu ia de táxi, mas acabei indo com eles. Depois que deixamos o Zé - que ainda pagou a carona com um carocinho de maconha - íamos pra casa. O Husky já havia dito - e lembrou - que ele ainda iria levar ela num lugar legal pra jantar naquela noite mas ela tomou as rédeas e disse que ia levar a gente pra conhecer um lugar bem legal. Eu ouvi um S no final desse você? É isso mesmo? Ela estava me incluindo? Legal!

Ele ficou curiosíssimo. Ela contou que era surpresa e que era um lugar legal onde ela conhecia o dono, que também é advogado dela, da irmã dela ou coisa que o valha. Ela ia nos levar para conhecer, talvez ficássemos só uns vinte minutinhos. Ela disse que queria ver se a gente ia se chocar. Eu adverti que não me surpreendo nem me choco fácil. Ele disse que não queria ir a nenhum baile gay. Então ela abriu o jogo e falou que estava nos levando para um clube de Swing. Oba!

Gostei mais da menina. Pelo retrovisor vi os bonitos olhos dela, com as sobrancelhas arqueadas pra cima. Segundo ela, ela não ligava pro que as pessoas achavam. Eu só achava que ela era de programa, mas se fosse pra fazer for free, "no amorzinho" como ela disse em uma das nossas conversas no barzinho, eu acharia ótimo.

E lá chegamos. Vários carros na porta e um letreiro com luzes vermelhas ao fundo que indicava o clube do qual nem lembro o nome.

Peguei meu livro no carro, por via das dúvidas, pois o futuro é incerto. Fiz bem pois o dono deixaria ela levar um de nós para conhecer e outro teria que desembolsar os cento e vinte, que eu nem quis saber se era de consumação ou só de entrada. Eu não pagaria de qualquer modo. Aquela filha de uma puta (não, a própria) estava trabalhando, mas para não dizer que eu perdi a viagem ela xavecou e pediu ao dono se um segurança podia me levar pra conhecer a casa. O Husky já tinha entrado correndo pra ir ao banheiro, a menina ficou na porta e eu fui fazer a visita monitorada com o guia indicando os locais: A pista de dança que parece de qualquer puteiro de São Paulo, e as partes dos fundos onde o bicho pega solto. Devo deixar aqui bem explicado que são as partes do fundo da casa e não do segurança. Assim vi a sala do puteiro geral, onde estava formada uma muvuca em volta de um quadrado sobre o qual um cara comia uma mulher de quatro. O cheiro de sexo era evidente naquela sala, mas o casal parecia meio performático. Achei que eram contratados para apimentar os ambientes. Depois vi as salinhas reservadas e as não-reservadas onde quem passa vê o que rola por um trançadinho de madeira ou por um vidro. No labirindo e no andar superior ele disse que só entram casais. Cadê a maluca? Ela disse que nos traria pra conhecer o lugar então quero que ela me mostre o labirinto.

Quando voltamos à entrada a doida não estava mais lá. Pô, eu queria ao menos me despedir e pegar meu livro que deixei junto com a bolsa dela. Nem precisei pedir duas vezes, me entregaram logo o livro azul que estava embaixo da bolsa ali no número 100.

Acendi um cigarro e saí caminhando. Pensava em pegar um táxi na avenida que nem estava tão perto quando recebo uma ligação do Husky:

- Cadê tu, doido?
- Ah, saí, porra! Ela não tava mais na porta pensei que cês já estivessem no labirinto.
- Não, ela só tinha ido no banheiro.
- Ah, mas desencana que eu vou catar um táxi. Curte aí, doido!

A idéia era ir pra casa dormir cedo e gastar mais nada do escasso dindin que eu tinha. Mas lembrei que a Gata Noturna (nome de super-herói) mora ali naquele bairro. Será que ela estava em casa? Difícil, devia estar na rua. Mas porque não tentar?

E ela estava! Eu informei em qual esquina eu me encontrava e disse que a esperaria no posto de gasolina que lá havia. Comprei uma latinha de cerveja e um maço de cigarros e sentei em umas mesinhas ao lado da loja de conveniência, onde comecei a ler meu livro. Em cinco minutos ela já estava lá, rindo da minha indumentária de crente, com bíblia e tudo.

Pegamos o carro e fomos ao Ibotirama. Eu queria passar em casa antes de tudo pra trocar de roupa mas ela me convenceu de que na rua Augusta não são necessárias essas frescuras. E entrando no bar do Alemão, vi o jornalista que é bem assíduo daquela rua, vestindo uma camisa de botão semelhante à minha, com a diferença da estampa estrambótica da dele.

Acabamos nem ficando muito tempo na Augusta. Eu até entraria no Vegas, mas a gata disse que a bebida era cara lá e eu fui obrigado a concordar. Dei a idéia de irmos ao nosso local sagrado de cantorias, pois tem cerveja a preços justos e quem sabe até poderíamos dar uma palhinha.

Pedi dois espetinhos e comi deliciado, contrariando o que eu havia utilizado anteriormente. Fora que quando eu bebo eu não costumo comer para não ocupar espaço no estômago.

Mas o lugar não estava tão legal. Ficamos conversando até depois das seis da manhã, quando fomos ao psy-forró, inferninho das putas na rua Bento Freitas. Lá sim, conseguiríamos algo legal. A gata não paga nada pra entrar, mas eu pago cinco reais. O legal é que ainda ganhei um vale-drink que utilizei pegando uma long- neck. Falei pra gata que não conseguiríamos nada, pois aquela roupinha que me dá jeitão de crente, para os nóias pode parecer jeitão de cana. E falando em cana, um cara grande gordo e com uma camisa de gola pólo com um emblema da polícia veio falar com a gente, puxou conversa, ofereceu da cerveja dele e disse que era do Denarc mas que gostava de cheirar. Não sei porque cazzo uma hora ele mostrou uma cromadona pra gente, acho que pra provar que era da puliça. Depois que ele saiu fora a gata disse que tinha ficado com medo e eu disse a ela que aquilo era nada mais que um bosta, se ele fosse um puliça de moral não precisaria se mostrar tanto. De qualquer modo era bom não darmos muita trela ao sujeito pois daqui a pouco todos pensariam que também fossêmos como ele ou pior, poderiam nos tomar por cagüetas.

Acho que umas oito da manhã havia alguns nóias, putas e travas dançando na pista. Rolou eletrônico (house véio) e também algumas do Calypso. Suuuuuucesso! Quase às nove eu e a gata estávamos dançando uma versão da música do Dirty Dancing (muito propício) com direito a piruetas. Depois que saímos de lá, fomos ao bar 24h perto de casa e ficamos falando de misérias presentes. Já em casa, conversamos falando de amores passados e no final estávamos dançando um samba. E bem, viste?



Deixe para amanhã o que você pode fazer ontem.

(piada interna de ontem que nem eu entenderei amanhã)



Minha memória anda avariada. Talvez seja melhor eu escrever tudo para poder ter alguma estória para contar depois. Se bem que às vezes eu penso que deveria não lembrar nada mesmo, para o meu bem. Ou deveria? Ah, sei lá!

O Rio de Janeiro continua lindo e eu continuo um bêbado sem a mínima noção do ridículo. Aliás, já cheguei bêbado ao Rio e de lá saí assim. Tudo culpa do atraso de quase quatro horas no nosso vôo, que fez com que ficássemos bebendo chopp no aeroporto. O que mais faríamos nós três? Bebam, crianças, e paguem esse preço absurdo.

De manhãzinha chegamos na casa da Paula, que tinha vindo pra SP. A prima dela ia ficar e nos receber (uêba!).

Jogamos os colchões no chão de um dos quartos e ficamos conversando e bebendo até capotarmos. Acordei sei lá que horas e comi uns pedaços de torta e... Comecei a beber cerveja. O que fizemos mesmo depois disso? Ah, fomos à praia de Copacabana (que eu pensei ser Ipanema por conta de um dos túneis que passamos)! Andamos um pouquinho no calçadão e paramos em um barzinho. Ficamos bebendo até de noite, quando fomos pra casa tomar banho, se arrumar e ir ao Tim Festival. Liguei o som, peguei uma cerveja, acendi um cigarro. Eles começaram a brigar e ela quis ir embora. Eu, bêbado, escondi o sapato dela, mas depois acabei brigando também e falei onde estava o sapato. A Yula, dona da casa, chegou bem depois, com alguns amigos que ficariam lá bebendo, ouvindo música e sabe-se lá o que mais. Uma loirinha, uma outra com cara de tímida e um moleque.

Havia uma vodca, da qual bebemos tampinhas. Todo mundo virando ao menos uma tampinha. E nessa brincadeira até eu que não gosto de vodca viro uma tampinha.

Quando eu estava prontinho pra ir ao show, o casal briguento resolveu ir também. Eba! Vamos beber uma cerveja pra comemorar.

Chegando lá, não queriam deixar eu entrar porque eu estava com uma câmera profissional. Ora porra, mas todo mundo entra com câmera nessa merda! Não adiantou, não queriam deixar eu entrar. Fiquei ali xavecando e fazendo cara de cachorrinho pidão por uns dez minutos, até que vi que essa tática não daria certo e exigi meu dinheiro. Então tudo foi resolvido e eu pude entrar. Só de raiva tirei um monte de fotos, parecia um turista japonês. Mas só de praga deles todas saíram uma merda.

Quando eu cheguei o Booka Shade tocava e bem pra caralho. Fiquei ali um tempo preso à gig, até que fui ver o Yeah Yeah Yeahs. Caralho, só faltava eu perder a última parte do último show. Já não tinha visto a véia Patti por conta de bebedeiras e conseqüente perda de noção das horas.

Na entrada do palco principal encontrei o Dukkha, que toca na Jaca. Ele falou que depois iria ao Dama de Ferro. Gostei da idéia. Mas eles não. Depois do show, quiseram ir pra casa. Eu fui com eles até em casa e depois iria até o Dama, mas até eu fiquei com preguiça e resolvi ir só até a Lapa que não é tão longe da Tijuca, onde estávamos. Na verdade eu estava faz tempo com idéias de ir conhecer esse grande muquifo lindão que é a Lapa ali ao lado dos arcos.



Não decepcionou. Parei em frente a uma gama de bares e clubinhos onde tocava tudo que é tipo de som. Fui até a sinuca maloqueira, em um casarão na rua de trás. Nem é tão maloca quanto eu pensava. E a galera legal. Perguntei a um alemãozinho se ele sabia quem tinha um bagulho. Mas ele disse que tava difícil depois que um fotógrafo publicou fotos da galera vendendo e utilizando ali na Lapa. E com efeito, havia uma viatura parada o tempo todo lá na esquina. Malditos fotógrafos!

Dei um rolé, parei em um boteco onde tinha umas bichas feias dançando umas músicas poperô da Jovem Pan. Perguntei para um menos purpurina se ele sabia do bagulho. Nada.

Estava terminando minha cerveja quando um cara que devia ser amigo da bicha que eu falara há pouco começou a conversar. Ele não era bicha, ou parecia não ser, mas veio jogar um xaveco pro amigo. Falei que nem rolava, valeu. Ah, mas ele só quer fazer uma chupeta, tu nem encosta - disse ele. E eu disse que nem rolava, não ia subir. E o cara falou que o outro poderia chupar até mole mesmo, o que ele queria era chupar.

Acabei de beber a cerveja e polidamente me retirei do local. Voltei à sinuca e até desencanei das drogas. Estava no balcão bebendo e conversando com uns tiozões malucos. Um deles estava dizendo que o outro era vascaíno mas sabia a escalação do Flamengo de mil novecentos e bolinhas.

Mas ô bigode, disse eu, é que ele tem um chamego pelo Flamengo! E ele concordava, rindo. O outro maluco queria por uma música na juke box e pediu minha ajuda. Mas o dono do bar já estava desligando a juke. Nisso o alemãozinho a quem eu havia perguntado do bagulho, me chamou pra jogar sinuca. Estava ele, o primo dele e uma menina. As partidas foram equilibradas, mas talvez porque todos estivéssemos desequilibrados por excesso de cerveja. O primo do alemão, um grandalhão estava querendo tretar a todo momento. Primeiro quis tretar com um cara que na verdade é um dos seguranças da casa.

Depois que a casa fechou eles iriam me dar uma carona até a Tijuca, que fica perto. No caminho tretamos com uns hippies. Começou com um grupo tirando o outro pra lóki e eu falei que eles eram uns bostas, de hippies não tinham nada, não passavam de mendigos. O bicho estava quase pegando e o alemãozinho botando panos quentes. Conseguiu me convencer e eu o ajudei a botar panos quentes no primo, que estava mais exaltado. Na verdade eu devia ter sido convencido pelo brigão, pois aqueles hippies eram muito folgados. Eu queria ser mais sangue nos óio e bem no dia que eu tô ficando alguém vem com palavras de apaziguamento? Ora, merda! E ainda tive que ouvir por isso. Pegamos o carro dando risada, eu e a menina no banco de trás e o alemãozinho e o primo no da frente. O primo começou a brigar com o alemãozinho porque ele é um maricas, que tinha que ajudar a cair pra dentro. O alemão disse que não queria ficar tretando por lá. Nós éramos de fora (o grandalhão era de Minas, eu acho) mas ele estava direto por lá. Correto.

Aí o primo direcionou a raiva pra mim. Disse que eu também, também devia ter caído pra dentro e que eu era na verdade amigo dos hippies. Protestei veementemente, amigo dos hippies é o caralho! E ele perguntou o que eu estava fazendo naquele carro. Eu falei pra ele parar, que não havia pedido carona nenhuma (e é verdade, eles me ofereceram). Ele parou e eu saí. O alemãozinho e a mina falaram pra eu ficar, acharam que eu ia brigar com o primo. O primo a mesma coisa, pois também desceu do carro. Eu disse que não saí pra tretar, só saí porque não precisava mais da carona. Agradeci e saí andando. E peguei um táxi, não fazia idéia de onde eu estava. Antes peguei outra latinha no bar.

Devia ser bem umas oito da manhã quando cheguei em casa. Entrei no quarto e me deitei ao lado dela. Ele ressonava do outro lado. Ela acordou e perguntou o que eu tinha. E eu fiquei lá, todo choroso, dizendo que só arrumo inimizades. Ela ficou passando a mão no meu cabelo num carinho materno.

Acordei no outro quarto. Não sei como fui parar lá. Só sei que eu estava sem calças. Sim, só de camiseta e sem calças. A Yula viu minha bunda quando passou pelo quarto de manhã. Eu estava fantasiado de Pato Donald!



Assim aconteceu o mistério do sem-calça: Ainda tenho vergonha do que não sei que fiz. Mas só de ficar sem calça e ir parar no outro quarto (onde estavam a loirinha e o moleque na hora que eu cheguei) já significa que boa coisa não aconteceu. Só sei que não fui violado, pois quando acordei de manhã era só minha cabeça que doía. Aliás, doía pra caralho. Tanto é que dessa vez eu aceitei a Neosaldina que me ofereceram. E não é que a dor de cabeça passou logo depois que fomos justificar o voto? Neosaldina é o futuro da humanidade. Já sou fã!

Na avenida passava um ônibus indo pro Leblon, que corremos pra pegar. A Yula não quis ir porque tinha quebrado o dente da frente de madrugada, caindo na sala. É triste ver as pessoas perdendo os dentes, as calças... Onde esse mundo vai parar?!

Chegamos e passamos o túnel e eu de novo achei que estávamos em Ipanema. Paramos num quiosque e bebemos, bebemos, bebemos. Eu já estava ótimo. Que dor de cabeça, que nada! Tirei fotos de surf com minha super objetiva 75-300 que também não ficaram boas. Acho que não tenho dom pra nada mesmo. Merda!

Depois fomos para o bar do dia anterior e ficamos bebendo até que descobrimos que estávamos em Copacabana e resolvemos pegar um táxi para Ipanema. É pertinho mas o sol já estava no fim. Então fomos pra areia e compramos cervejas. Também caí no mar, que é pra tirar a zic-zira.

Já era noite quando paramos em um bar em frente a uma praçona de Ipanema. Eu já tinha ido naquela praçona quando fui na apresentação do Fat Boy Slim com a Pri e depois fomos ver o Julião tocar na Nova, que era ali. Na esquina tem o bar onde paramos e comemos quase uma peça inteira de picanha. Só aí que eu comi decentemente. E bebi pra caralho também, sei lá mais quantos chopps. Quando chegamos em casa vi que não tinha mais cerveja e fui comprar mais oito no posto da esquina. Só pra segurar até a hora de pegar o avião. O meu só sairia de madrugada. Eles resolveram pegar busão que sairia meia-noite e eu devia ter feito o mesmo porque não dormi nada nesse entre e sai de avião, ônibus e metrô.

A propósito eu parei de beber no aeroporto. Chega disso, não quero ser o novo Jeremias.



(perdoem os erros, amanhã eu reviso o texto enquanto bebo uma cervejinha)



Todo mundo às vezes se acha o bom e às vezes se acha o bosta. E em ambos os casos isso nem sempre corresponde à verdade.

Então, ache-se quando bem lhe prouver.



   terça-feira, outubro 24, 2006
Eu disse que não tinha tido nem blue monday, nem tuesday?

Pois agora a bala bateu!

Um aumento da tristeza normal. Daquelas paradas para pensar e ver que a vida tá sem rumo. Os esforços pra mudar alguma coisa são pequenos, eu sei. Mas mesmo esses pequenos esforços não trazem resultado nenhum.

E enquanto isso eu vou tendo a mesma rotina de sempre. Não fossem as explosões hedonistas eu já teria pirado. Mas isso acaba sendo solução paliativa.

A diversão é diferente a cada tempo livre. Mas no tempo preso é tudo igual há anos. E de quem é a culpa? Só minha, não sei do quê estou reclamando...

A garganta arde, os músculos doem. Nas raras vezes que meu corpo reclama eu paro de fumar para melhorar.

Pensando isso acendo um cigarro. Foda-se.

Mas não, isso não é desespero.



Despair

...é só um tiquinho de auto-destruição.



   segunda-feira, outubro 23, 2006
Encontrei um flyer bem vagabundo em casa e comecei a rir. Aquilo sim é que é underground!

Susi in Transe era fichinha e muito bem frequentado perto de onde eu fui parar no último feriado.

Depois de ficar enchendo a lata no Folhão, fui à festa da Caravana da Coragem que rolou no Juke Joint (outro lugar fichinha). Acho que chegamos na festa umas quatro da manhã, as pessoas estavam começando a ir embora. Mas fiquei lá até quase o final. Depois passei na Rua Augusta, no fino bar do Alemão e de lá fomos ao Espetinho, para cantar um pouco para as distintas pessoas do local.

Como o Espetinho também estava ficando desanimado lá fomos nós parar nesse tal lugar. Trata-se de um club na Bento Freitas onde vão se divertir as putas, os nóias, os aviões, os cafetões e toda sorte de seres baixos. Assim como eu me encontrava no momento.

Podre de bêbado, conversei com putas e nóias. Bebi mais cervejas e presenciei princípios de quiprocó. Só saí quando a música parou e acenderam-se as luzes. Não lembro direito o que tocou na bombada balada do baixo meretrício, mas sei que é bem diversificado como consta no flyer: Black, Techno, Psy, Pagode e Forró.

Isso é que é underground. O resto é pose.



   quinta-feira, outubro 19, 2006
Putz! Quando eu fico feliz o mundo fica mais feliz. Até o tempo cinza me parece bonito! Eu posso notar que as pessoas que trabalham próximas a mim ficam mais felizes. Meus xingamentos após dispensar algum mala ao telefone são proferidos com bom humor. Acho bonito o amigo do trabalho abraçando a amiga que senta na mesa em frente... Hoje meu sorriso estampa-se com facilidade.

E eu me pergunto: quem foi o filho da puta que botou bala no meu café?



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